domingo, 6 de novembro de 2011

Não é fácil ser verde...

Being green

It's not that easy bein' green
having to spend each day
the color of the leaves
when I think
it could be nicer
bein' red
or yellow
or gold
or something
much more colorful like that

It's not easy bein' green
it seems you blend in
with so many other
ordinary things
and people tend to pass you over
'cause you're not standin' out
like flashy sparkles on the water
or stars in the sky

But green is the color of Spring
And green can be cool
and friendly-like
And green can be big like an ocean
Or important like a mountain
Or tall like a tree

When green is all there is to be
It could make you
Wonder why
But why wonder why
Wonder
I am green and it'll do fine
It's beautiful
And I think it's what
I want to be
Ser verde

Não é muito fácil ser verde
ter que passar o dia todo
da cor das folhas
quando eu acho
que seria mais bonito
ser vermelho,
ou amarelo
ou dourado
ou alguma coisa
assim mais colorida

Não é fácil ser verde
parece que você se confunde
com um monte de outras
coisas banais
e as pessoas tendem a não te notar
porque você não chama a atenção
como o brilho cintilante na água
ou estrelas no céu

Mas verde é a cor da primavera
e verde pode ser legal
e simpático
e verde pode ser grande como um oceano
ou importante como uma montanha
ou alto como uma árvore

Quando ser verde é a única alternativa
isso pode fazer você
ficar pensando por quê
mas por que ficar pensando por quê
pense
eu sou verde e tudo bem
é bonito
e eu acho que é assim que
eu quero ser


 Composição de Joe Raposo, diretor musical do Sesame Street, foi interpretada várias vezes por Caco, o sapo, no Muppet Show, e por Ray Charles. Frank Sinatra também gravou a canção. Ser você talvez não seja fácil, mas pode ser um jeito ótimo de ser. Resista.












Olhos azuis, a dor do "pré-conceito"

Algumas das falas de Jane Elliott nos vídeos ao final do post:

"Amamos o colorido em nossas árvores, mas não queremos o colorido em nossa sociedade."

"Tive a ideia de fazer esse exercício do olho azul e olho castanho ao saber do que os nazistas fizeram durante o Holocausto... Uma das formas de decidir quem entraria nas câmaras de gás durante o Holocausto era a cor dos olhos."

"O livro Mengele descreve como ele [o médico nazista] fazia experimentos sem anestesia, em pessoas de todas as idades, entre eles cirurgias para descobrir um modo de mudar a cor dos olhos de castalho para azul... Isso numa das mais civilizadas sociedades do planeta: alguns dos maiores filósofos, todos sabemos, eram alemães."

"É um dos livros mais assustadores que já li."

"Aquele homem, com aquela inteligência, nos ensina que pessoas inteligentes e com poder podem chegar a matar pessoas também muito inteligentes, mas que não têm poder, por causa de caracteríticas físicas, sobre as quais ninguém tem nenhum controle, ou por uma crença religiosa da qual discordam. É realmente muito assustador. Já aconteceu antes, poderia voltar a acontecer... A não ser que as pessoas leiam livros como este e percebam que ele não era um monstro: era um homem fazendo o que achava certo, e que tinha poder para fazê-lo."

"Tratamos as pessoas como crianças e elas agem como crianças. É mais fácil controlá-las assim. É o que fazemos com as mulheres neste país todos os dias. Nós as tratamos como crianças, e quando elas agem como crianças dizemos: 'está agindo assim porque é mulher'."

"Será que estou exagerando? (...) É possível transformar pessoas inteligentes, brilhantes, engajadas, conscientes, ambiciosas em pessoas que agem como preguiçosas, indolentes, estúpidas, lentas e desmotivadas. É possível fazer isso em 15 ou 20 minutos. É o que vamos fazer esta manhã."

"Você tem o direito de perdoar alguém pelo que fez com você, mas não tem o direito de perdoar pelo que fez aos outros. Não tenho o direito de perdoar o que fizeram com meus filhos. Só eles têm."

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Para ver a publicação original deste post, visite o site Pragmatismo Político.

A professora e socióloga Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário de 1968 "The Eye of the Storm", em que aplicou um exercício de discriminação em uma sala de aula da terceira série, baseada na cor dos olhos das crianças.

Hoje aposentada, aplica workshops sobre racismo para adultos. "Olhos Azuis" é a documentação de um desses workshops em que o exercício de discriminação pela cor dos olhos também foi aplicado.

O objetivo do exercício é colocar pessoas de olhos azuis na pele de uma pessoa negra por um dia.

Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.

Numa palestra com um auditório lotado, ela pergunta: "Se algum branco gostaria de receber o mesmo tratamento dado aos cidadãos negros em nossa sociedade, levante-se. (...) Ninguém se levantou. Isso deixa claro que vocês sabem o que está acontecendo. Vocês não querem isso para vocês. Quero saber por que, então, aceitam isso e permitem que aconteça com os outros.

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Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5


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Parte 7

Parte 8

Parte 9